Ensinar a ser. Faz sentido?

Olá Inspiração!

Hoje trazemos-te algumas questões para que possas refletir sobre a forma como andas a agir e a ensinar.

Achas que o desenvolvimento pessoal é coisa de adultos?

A que idade consideras pertinente dar inicio ao desenvolvimento pessoal?

A partir de que idade devemos começar a olhar para dentro?

Por vezes olhamos para o desenvolvimento pessoal como algo que só pode ser trabalhado por adultos porque exige uma consciência que as crianças ainda não têm. Será isto verdade?

Bem, o desenvolvimento da criança começa ainda dentro da barriga da mãe. É aqui que começa a ouvir pela primeira vez, que começa a sentir e é a partir desses momentos que vai reconhecer a voz da mãe e das pessoas que lhe foram próximas durante a gestação.

Quando o bebé nasce o seu crescimento é exponencial, para além do desenvolvimento físico, há todo um desenvolvimento cognitivo onde se incluem os processos de pensamento abstrato, resolução de problemas, memória e atenção, que auxiliam a criança a compreender melhor o mundo à sua volta.

É a brincar que a criança vai aprender como o mundo funciona e é através da observação, do ver fazer e do ver ser que aos poucos ela vai modelando a sua forma de fazer e ser.

Então se a modelagem começa desde tenra idade, podemos dizer que é aí que começa o seu desenvolvimento pessoal, ainda que de forma inconsciente. Se ensinarmos à criança o que são emoções, se soubermos ser empáticos com o que a criança sente, se lhe dermos ferramentas para reconhecer, acolher e transformar as emoções, se lhe dermos a conhecer a interajuda, a partilha, de que formas pode demonstrar empatia pelo outros, já estaremos a potenciar o desenvolvimento pessoal da criança.

As crianças tendem a replicar comportamentos, por isso é tão importante que tenhamos, em primeiro lugar, nós próprios estas ferramentas.

Por exemplo, quando nos sentamos com a criança a desenhar e a pintar, estamos a potenciar o seu desenvolvimento no seu todo, não estamos somente a trabalhar a motricidade, estamos a contribuir para a construção da identidade da criança, a alimentar a imaginação e a criatividade, o sonhar, o estar concentrado e focado em algo, a capacidade de concretizar o que vê na sua mente, a expor através do desenho e das cores as suas emoções e sentimentos, estamos estimular a arte, a contemplação e também podemos através desta atividade tão simples ativar o sistema de recompensa do cérebro, tem inclusive uma função terapêutica tanto para crianças como para adultos.

Hoje em dia as crianças veem o seu dia preenchido por inúmeras atividades extracurriculares. Bem sabemos que por força dos horários de trabalho, há a necessidade de manter as crianças ocupadas. Ainda assim queremos relembrar da necessidade em aprender a estar, simplesmente estar, sem termos que estar a fazer algo em concreto. Sem a necessidade de jogar no tablet ou telemóvel nos supostos tempos mortos. Todos nós precisamos de tempos “mortos”, de aprender a estar só connosco, sem outra tarefa concreta. É nestes momentos que aprendemos a estar sozinhos e ainda assim a sentirmo-nos bem, é quando temos a oportunidade de olhar mais para dentro, e de observar o que vai no nosso interior e até a resolver questões internas que por vezes nos incomodam. Se não tens tanto tempo assim para mostrar à criança como fazê-lo através do teu exemplo, podes sempre escolher atividades extracurriculares que a ajudem a descobrir essa calma e capacidade de observação e de foco dentro dela, como por exemplo a yoga para crianças que trás imensos benefícios ao desenvolvimento da criança.

É importante que a criança aprenda a ser e neste ser está o reconhecer-se, saber dos seus limites, das suas capacidades, de quem é de facto sem a necessidade de reconhecimento dos pares. E bem sabemos que as crianças têm a necessidade de reconhecimento e aceitação dos pares, de pertença ao grupo. Acreditamos que quanto mais a criança desenvolver o Ser mais liberta estará em adulta do cumprimento de papéis e expectativas alheias.

Vamos refletir?

Um sorriso,

Inspira Parentalidade!

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