Vamos falar sobre palmadas

Olá Inspiração!

Hoje queremos falar-te de um assunto polémico. Afinal, dar uma palmada no momento certo é ou não educativo? Será que dar uma palmada corrige, efetivamente, o comportamento da criança? Em que medida, uma palmada consegue educar? Que benefícios advêm desse ato? E que desvantagens consegues identificar?

A verdade, é que uma palmada não educa. Ou melhor, educa para o medo, para o desrespeito, para a falta de limites pessoais, para a falta de compreensão e de empatia pelo outro. Uma palmada promove a baixa autoestima, a falta de amor-próprio, mancha a ideia e a imagem que criamos sobre nós mesmos. Uma palmada diz-nos que a violência é o caminho para a resolução de conflitos.

Tu, enquanto adulto, como te sentirias se levasses uma palmada de alguém que amas?

Tu, enquanto adulto, como te sentirias se em vez de conversarem contigo te dessem palmadas para fazer mudar a tua opinião ou comportamento?

Tu, enquanto adulto, como irias reagir se te dessem uma palmada?

Pois é… o caso muda de perspetiva quando é connosco. “Ai mas eu sou adulto/a e se o meu/minha companheiro/a me desse uma palmada seria considerado violência doméstica”. E com as crianças? É considerado o quê?!?

Crianças são pessoas – tal como cada um de nós! – seres únicos e individuais, detentores de direitos, seres humanos merecedores de respeito, de atenção para com as suas necessidades. É na infância que um adulto começa a moldar a sua personalidade, a imagem que tem sobre si mesmo. É na infância que toda a história de vida começa a ser escrita. É na infância que podemos começar a fazer a diferença!

Uma criança que seja educada com recurso a palmadas, vai aprender que a palmada é uma forma de levar a sua ideia/convicção/vontade/necessidade adiante. Vai aprender também que uma palmada é algo normativo, que é uma forma de exprimir as suas emoções. Uma criança que leve palmadas vai assimilar a ideia que, se exercem esse ato com ela, ela também poderá exercer esse tipo de comportamento com outras pessoas. E assim, naturalmente, mantêm-se e reforçam-se ciclos de violência de geração em geração.

Um pai/mãe que tenha como única ferramenta ou estratégia para estabelecer limites a execução de palmadas, estará diariamente a reforçar “eu só me consigo fazer ouvir através de palmadas”, “eu preciso de libertar a minha raiva em ti”, “eu não tenho capacidade de gestão emocional”.

Queremos com esta reflexão, reforçar a ideia de que uma palmada não é aceite em circunstância alguma como ferramenta para educar uma criança. No máximo, será uma forma confortável para os pais de se autorregularem emocionalmente. E, se a dificuldade está em ti (pai/mãe) então, procura ajuda para encontrar outras estratégias e ferramentas para lidar com situações que desafiem os teus limites.

Lembra-te, nós, estamos deste lado, disponíveis para te ajudar neste processo.

Um Sorriso,

Inspira Parentalidade!

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